A psicopatologia tradicional substitui a problematicidade do sofrimento psíquico pela praticidade de seu controle, invertendo a lógica da ciência e transformando o que era uma consequência numa causa.
Roberto Schmidlin busca, então, combater uma visão reducionista sobre o homem e seus modos de existência frustrada, adotando uma abordagem complexa: vale-se Fenomenologia como método de pesquisa; da Antropologia como descrição de dimensões essenciais de ser do ente humano; da Psicopatologia Fenomenológica como aplicação do método ao estudo do sofrimento psíquico; da Psiquiatria Antropológica como entendimento do sofrimento como formas de alteração extrema da experiência humana; e, por fim, da Daseinsanalyse (Análise Existencial) como ontologia regional, que permite a interpretação do sentido desse sofrimento.
Traçando este caminho fenomenológico-antropológico-existencial, ainda pouco conhecido em seus fundamentos e desenvolvimentos no Brasil, Schmidlin traz uma abordagem que une o rigor metodológico próprio das ciências tradicionais com a compreensão do ser humano como um horizonte a ser perseguido, e não como um produto terminado. Para tanto, retoma a análise dos fundamentos filosóficos destas abordagens desde suas origens, com o intuito de entender os transtornos mentais para tratar a pessoa na sua totalidade e no seu modo próprio de ser.
Como sintetiza Maurício Viotti Daker em seu prefácio à obra:
“Muito do que compõe a mente não é derivável apenas do biológico e abordável nos moldes das ciências naturais: a história, a cultura, a linguagem, a intersubjetividade. Nada disso se encontra ali nos neurônios, assim como muito da psicopatologia também não. Temos a oportunidade, com Schmidlin, de apreciar concepções valiosas e refinadas sobre essas questões.”
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